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No último fim de semana, o Centro Cultural Tapera real promoveu uma experimentação de memória social e web mídia – o Workshop de Cultura Digital. A atividade marcou o encerramento do projeto Ponto de Cultura Tapera Real, aprovado no Edital Lei Aldir Blanc 2021.
O experimento previa atividades mistas-presenciais, sem separar estes dois elementos, com transmissão remota em sua totalidade, pois um dos objetivos era testar a capacidade da parafernália de equipamentos e a perfomance dos agentes culturais em seu manejo. A inciativa contou com o apoio do Professor Leonardo Zenha/UFPA, cujo interesse de pesquisa e prática profissional é a relação entre as novas tecnologias, a cultura e fortalecimento dos processos educacionais. Coube ao mesmo dar início à programação na sexta-feira dia 24/09, com a oficina de podcast aplicada a salvaguarda do patrimônio imaterial. Esta atividade está disponível no canal do youtube do Estúdio Mídia Jovem e alguns de seus produtos podem ser acessados na plataforma soundcloud criada como resultado da oficina para hospedar os materiais (áudios) editados.
No sábado 25/09 a programação teve continuidade com a web vivência de patrimônio imaterial associado ao turismo, com várias atividades cuja previsão era de transmissão simultânea. Todavia, a região do médio espinhaço ficou totalmente sem luz por cerca de 10 horas durante todo o sábado dia 25/09, compreendendo um extenso perímetro que incluiu as cidades de Conceição do Mato Dentro, Congonhas do Norte, Serro e Diamantina. Este imprevisto comprometeu a transmissão de parte das atividades e solução foi manter as mesmas presencialmente, fazendo o registro e edição para disponibilizadas posterior em formato virtual.
Destaque para o saboroso café da manhã que contou com café socado no pilão e torrado no fogão de lenha por Dona Marina, acompanhado pelos tradicionais biscoitos em forno de barro feitos pela Dona Almira e Dona Marilene.
Para completar o cardápio dos saberes gastronômicos taperenses expressivos da mineiridade, Queliane Souza nos brindou com uma requintada galinhada caipira. A tradicional sobremesa – mingau de milho verde – coroou a confraternização da comunidade, convidados, turistas, no ambiente informal da prosa à beira do fogão de lenha onde foram capturados áudios junto às pessoas da melhor idade na comunidade, detentoras de saber e portadoras de memórias relacionadas aos saberes e fazeres da roça. Este precioso material será indexado ao acervo do Programa de Valorização do patrimônio Imaterial Taperense do Estúdio Mídia Jovem para tratamento, edição e criação de novos projetos.
Após o almoço o fornecimento de energia foi restabelecido por pouco mais de meia hora, permitindo a retomada da transmissão da entrega das medalhas para as crianças e jovens que participaram da 1a. Gincana Digital.
Foi mais um momento de júbilo e alergia no dia, lembrando que todos os 47 crianças e jovens que participaram do projeto já receberam a bolsas e premiações ´financeiras.
O encerramento da programação se seu através da live com o tema “Fé na Arte para a Ressignificação das Tradições em Tempos de Pandemia.” A previsão era de transmissão on line, mas o #apagaoespinhaço causou a interrupção da transmissão. Deste modo, foram feitos registros que em breve serão disponibilizados. Contou a com a presença de representes da Marujada de Congonhas do Norte (Srs. Joaquim, Antônio, José Reis) da Banda Retreta Lyra de Santo Antônio (Sr. Bento) e Pastorinhas da Tapera( Dona Gerolisa), além de Cloves Oliveira – Secretário de Cultura de Congonhas do Norte, Geordani Ottoni Coordenador do Centro Cultural, professor Leonardo Zenha/UFPA e Júlio Jader da GRIFT. Na ocasião foram discutidos o impacto da pandemia e outros temas relevantes para a salvaguarda do patrimônio imaterial associado aos festejos de Nossa Senhora do Rosário, Nossa Senhora de Santana, além de outras manifestações culturais expressiva da religiosidade popular do espinhaço.
O workshop de Cultura Digital constituiu-se em espaço performático e de e certificação dos agentes de cultura digital que atuaram no Ponto de Cultura durante o projeto da Aldir Blanc/MG – Alisson Duarte, Vanessa Reis, Luiz Henrique e Raiane, além do apoio geral de Vanessa Santos, agente cultural permanente do equipamento.
O Centro Cultural Tapera Real agradece todos os participantes, ao público presencial e virtual, aos parceiros e colaboradores do projeto Ponto de Cultura Aldir Blanc/2020. Em especial à GRIFT – projetos e consultoria em Humanidades, que ofereceu suporte técnico -metodológico para a execução. E também à Secretaria Municipal de Cultura de CMD, que através de convênio específico possibilitou a aquisição e melhoria nos equipamentos do EMJ.
Acerca do #apagaoespinhaco, cumprindo seu papel de canal alternativo de comunicação para populações muitas vezes invisibilizadas de áreas rurais, diante do silêncio dos meios de comunicação e do poder público, o portal Taperareal.org vem a público solicitar explicações sobre o ocorrido, considerando que os efeitos destes imprevistos extrapolam o campo da cultura e causam prejuízos aos comerciantes, produtores rurais e comunidades de um modo geral.