Já está no ar o produto audiovisual da web oficina Produção de Fubá no Moinho. Confira o vídeo com Dona Geroliza e Senhor Tarcísio Vertelo, artífices responsáveis por manter viva esta tradição na Tapera, lembrando que o distrito e suas vizinhanças possuem outros moinhos ativos e inclusive experiências de restauro desta importante estrutura ativadora de memórias coletivas.
O Moinho de Fubá é uma estruturas diaspórica expressiva da diversidade cultural do Espinhaço, potencializada pela geomorfologia da cordilheira. Assim como a semente do milho que dos Andes viajou pelo mundo, os Moinhos são de origem Moura, atravessaram o oceano e no Espinhaço foram usados inicialmente no garimpo.
Sua transformação em usina produtora de alimentos tem o toque dos africanos escravizados, dada a habilidade destes na manipulação das águas para a construção de cavas, desvios e outros engenhos hidráulicos movidos pela força das águas e energia da gravidade. E por que o fubá grosso ( angu) socado no Pilão não soava aprazível ao gosto requintado dos colonizadores, em uma região constantemente assolada pela fome gerada pelo grande afluxo populacional decorrente da ganância mineral/cegueira material. Então, olhando para esta estrutura utilizada nas catas de mineração, os africanos apontaram o dedo e disseram: “disto se pode fazer comida!” Estava inventada a quitanda e suas iguarias feitas de fubá fino. É por isso que existe o dito popular que afirma com propriedade que o “negro matou a fome do sinhozinho.”
A web vivência Produção de Moinho no Fubá é mais uma atividade do Programa de Valorização do Patrimônio Imaterial Taperense, executado pelo Estúdio Mídia Jovem com recursos da Lei Aldir Blabc/MG, apoio da Secretaria Municipal de Cultura de Conceição do Mato Dentro e suporte metodológico da Grift Arqueologia & Humanidades.